sábado, 15 de novembro de 2008

METAMORFOSE


METAMORFOSE

sombra genuína
em meu corpo carrega um rio seco
que amputa ossos e dentes.
sou retalho e fadiga de um deus
que amei em algum lugar da eternidade.
melancolia e melodias,
um atalho,
um pouco ou nada do que a vida se mostrou.
só em meu peito nu,
um gemido de gatos assusta o coração
em breves momentos de calma.
meus medos gemem e uivam feito
lobos atrás de carniça.
eis o meu corpo atado como estilhaço.
eis o fel que escorre do coração,
sobre mãos que insistem em perpetuar
alguns versos no escuro da hora.
eis-me aqui quase inteira para
o seu repasto
(Adriana Monteiro de Barros)

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