

Cristian
Uma Noite Normal (Poema Natalino)
Ele estava sozinho,
vagando pela cidade
desde o amanhecer.
Procurava o que comer
No resto dos sacos,
na sobra dos ratos
ou mendigando
pra quem o ignorava.
A maioria o olhava
com cara de nojo
o considerando um monstro
que alguém pariu.
Até aquele senhor de barba branca
chamou a segurança,
pra tirá-lo dali
pois o shopping
não queria ele ali.
Mas, onde está a bondade dos corações
que preferem gastar milhões
com luzes e enfeites
mas lhe negam
um mero pão e leite?
Enquanto o dia some,
aquela imensa fome
nunca passa.
E entre os viadutos se esconde,
num lugar onde
ninguém ouvirá seu choro.
Pra ele, uma noite normal,
se os outros,
que os ignoram
não dissessem pra comemorar
pois é noite de natal.
Cristian Ribas
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