terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A L H E I A



A L H E I A

,Esquadrinhei espaços
desabitados em mimha alma,
galguei alto meus sentimentos.
A sede me era bastante ousada.
Satisfeita, uma gota d"água deixou-me apta,
surgida da chuva, porém lerda e macia.

Armei-me de destemor sem rédeas,
empeços apareceram, acorrentada fiquei,
afastei-as daquela cavalgada sem pressa,
reservando-me o direito de liberdade.

Trilhas segui sem censuras e críticas,
chutei coisas diversas, tortuosamente.
Emendei a tempo as pegadas imaginárias,
minha lucidez bandida debilitou-me.

Destruí o equilíbrio seguro-real que possuia
vontade não faltou de gritar ao mundo que mudei.
Mudei. Sou uma andarilha à procura de seu rebanho.
As alturas me inibem, tentam jogar-me ao chão.

Reajo às impuras pedras deixadas no caminho.
Como numa chuva forte e passageira elas se vão.
Construo castelos vividos e sonhados há tempo,
o tempo corre depressa. a razão aviva-me.

Levanto-me. A jornada é surda-muda,
recomeço tudo na mudez do esquecimento.
Questiono uma leve vertigem. Por quê?
Recordo-me, ao vivo, da desvairada alienação.
A caneta rabisca desenfreadamente,
As acrobacias vão se reduzindo frouxamente.
Permaneço alheia no anonimato.

Marlene Gomes

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